quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Homossexualismo: O pecado e a missão da igreja

A Qualificação Bíblica dada ao Homossexualismo

Apesar de que a tendência atual, baseada em conceitos sociais e psicológicos, seja do reconhecimento da homossexualidade como uma simples preferência e não um distúrbio;  a definição Bíblica ainda é a qualificação mais adequada para tratar esse assunto. No livro de Levíticos encontra-se definido o caráter pecaminoso do ato:  “Não te deitarás com varão como se fosse mulher;  é abominação” (Lev. 18:22);  mais adiante o mesmo livro refere a sentença imposta aos que se tornam transgressores por não ouvir esse preceito:  “Se um homem se deitar com outro homem, como se fosse com mulher, ambos terão praticado abominação; certamente serão mortos;  o seu sangue será sobre eles” (Lev. 20:13).


O texto de Lev. 18:22, não é simplesmente o estabelecimento legal, em forma de proibição, de uma norma de comportamento;  nem sequer institui um procedimento cultual de maneira que a proibição possa atingir unicamente aos santos, sendo liberada à grande massa de pessoas que forma o povo de Deus.  Mais do que implantar uma norma, esse texto estabelece um princípio. É o ponto de partida do qual deriva o adequado comportamento baseado no respeito entre pessoas de sexos diferentes.  Como princípio, estabelece a relação íntima que deve existir entre seres criados diferentes através do sexo;  estabelece também a fonte da qual deriva ou se perpetua o ser.  Esse princípio determina que a relação sexual deve ser para unir intimamente homem e mulher, tendo como finalidade a procriação.

O termo hebraico (zakar) que aparece no texto de Lev. 18:22, o qual é traduzido como homem, tem um significado relacionado estreitamente com a atividade sexual.  Devemos notar a diferença de sentido desse termo com as outras palavras que aparecem na Bíblia hebraica e que são traduzidas por “homem”. O termo ’adam, significa o ser humano, alguém, coroa da criação, espécie humana;  ’ish, tem a conotação genérica, diferente de mulher, marido, identificador de atividade como “homem do campo”;  ’enosh, significa ser vulnerável, inferior, mortal;  geber,  transmite a idéia de ser poderoso, vencedor, homem forte;  mat, é usado para descrever homens de má reputação, falsos, iníquos.

O termo zakar, que aparece no texto mencionado acima,  indica a masculinidade em relação ao sexo, em geral identifica o macho de humanos e animais28.  É usado em Gen. 1:27 e 5:2 para definir a parceria sexual com a mulher;  também aparece em  Gen. 17:10; 34:15; Ex. 12:48 e outros para identificar quem deve participar do rito da circuncisão;  em Num. 31:18, 35; Jz. 21:12 o uso do termo é para referir-se ao parceiro masculino nas relações sexuais normais. Dessa maneira o texto de Levíticos ao que fazemos referência, é uma alusão à sexualidade masculina que deve ser usada segundo o princípio divinamente estabelecido, sendo proibida a prática incorreta.  Da mesma forma, na sentença que aparece em Lev. 20:13 o transgressor do preceito é identificado com o termo zakar, com o qual não permanecem mais dúvidas em relação ao ato que está sujeito a condenação, ou seja a união sexual de parceiros do mesmo sexo.

No Novo Testamento, o apostolo Paulo faz referência ao passado pecaminoso da humanidade, assinalando que os “homens também, deixando o contato natural da mulher, se inflamaram mutuamente em sua sensualidade, cometendo torpeza, homens com homens…” (Rom. 1:27).  O próprio apóstolo sentencia em outra epístola, que “os injustos não herdarão o reino de Deus … nem impuros,  nem idólatras, nem adúlteros, nem efeminados, nem sodomitas, nem ladrões, nem avarentos …” (1 Cor. 6:9).  Esses textos claramente indicam que a vigência do princípio pelo qual existe a diferença sexual, permanece durante o cristianismo e se projeta como qualificativo da salvação, para a eternidade.

O termo usado pelo apóstolo Paulo em Rom 1:27 e que é traduzido por homem é arsenes, que tem o sentido de varonilidade, masculinidade, relativo ao sexo.  A comparação com outros termos gregos que aparecem na Bíblia e são traduzidos por “homem”, permitem destacar mais o sentido da palavra usada por Paulo no texto indicado.  Assim, o termo anthropos, faz referência ao ser humano, amigo;  o termo aner, serve para identificar o homem adulto, o noivo, o marido.  A ênfase imposta pelo apóstolo para qualificar o ato pecaminoso está no uso do termo arsenes, pois faz referência ao homem com seus atributos de sexualidade, usados indevidamente.  Igualmente ao elaborar a lista de práticas pecaminosas que excluirão seus adeptos, do reino celestial, o  apóstolo usa a palavra grega arsenokoitai, traduzido por “sodomitas”.  Essa palavra está composta do termo arsenes, “homem macho”  e do termo koito, o “ato sexual”.  Dessa maneira podemos inferir que Paulo se referia aos homens que ostentam  característica  sexual masculina, usando esse atributo em forma indevida.

A Missão da Igreja

Jesus deixou claramente estabelecida a missão que devem cumprir seus fieis seguidores, organizados em Igreja. Usando o tempo imperativo, disse:  “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo;  ensinando-os a guardar todas as cousas que vos tenho ordenado …” (Mt. 28:19,20).  Nessas palavras estão sintetizadas todas as atividades a serem desenvolvidas pela igreja com a única finalidade de preparar um povo santo para o Céu.  No cumprimento dessa missão a Igreja enfrenta toda gama de obstáculos que tentam impedir de alcançar a sua finalidade.  Um desses obstáculos é a crescente tendência libertina da imoralidade, principalmente de expressões irrestritas do homossexualismo.

Vimos neste estudo, apesar do silêncio manifestado pela medicina, que existem algumas anormalidades relacionadas com a sexualidade, razão pela qual pessoas do sexo masculino afetadas, poderiam apresentar comportamento efeminado, .  Essas pessoas devido a essas características, em geral sofrem discriminação e facilmente são levadas a constituir grupos com outras semelhantes e dessa maneira praticar o homossexualismo.  Devemos esclarecer que a Bíblia não condena ninguém por suas deficiências físicas ou anormalidades de qualquer índole.  A condenação Bíblica é para os que praticam atitudes contrárias aos preceitos estabelecidos.  Dessa maneira podemos inferir que a sentença não exclui a quem, devido a suas anomalias fisiológicas e estruturais, sendo do sexo masculino, manifesta atitudes tipicamente femininas.A exclusão é para quem pratica o homossexualismo.

Da manifestação de atitudes tipicamente femininas por parte de um jovem, à prática da homossexualidade, por parte do mesmo; há uma distância considerável.  Um jovem que padece de tal tipo de distúrbio, pode nunca ter tido uma experiência de relacionamento homossexual.  Essa prática está relacionada com a tendência sexual que na linguagem freudiana é conhecida como libido, condicionada à maturidade geral do indivíduo. Segundo Kretschmer, “a tendência sexual é um produto … de um ciclo causal bastante complicado onde participam o cérebro, a medula e as glândulas em geral”29.  Essa tendência, ou seja a libido, quando manifestada com intensidade, pode levar a deturpações do comportamento sexual. Cabe enfatizar que atitudes femininas manifestadas principalmente por adolescentes do sexo masculino e que freqüentam uma igreja, não significam que o tal seja necessariamente um indivíduo homossexual.  Esse comportamento, se observado pelos líderes da igreja, pode ter uma razão fisiológica ou anatômica.  O reconhecimento desse problema no entanto, pode ser traumático para os familiares, mas o líder da igreja, consciente das suas funções, fazendo uso de muita cautela e sabedoria  pode convencer os parentes para requerer o auxilio médico correspondente.  Verificada a raiz que gera essa tendência, será necessário compartilhar com outros membros da comunidade eclesiástica, a explicação clínica do caso.  De qualquer forma o vital do problema é evitar o preconceito velado, que produz discriminação e que pode levar o paciente a procurar seus semelhantes e dessa forma, ser conduzido à prática do homossexualismo prematuro.  Para alívio do problema, a incidência de casos de anormalidade fisiológica e estrutural em pessoas do sexo masculino e que poderiam levar à prática da homossexualidade é pequena.

O cerne do problema, no entanto, está na elevada porcentagem de pessoas do sexo masculino que praticam a homossexualidade sem serem portadores de nenhuma anormalidade física que os induza a manifestar tal conduta.  Norman L. Geisler, no seu tratado sobre ética afirma que a homossexualidade é um mal “porque coloca a única relação marido e mulher entre dois que não podem ser marido e mulher”30.  Fazendo referência novamente aos resultados obtidos por Alfred Kinsey, onde 37% dos entrevistados por esse pesquisador admitiram que tiveram ao menos uma experiência de homossexualismo, se deduz que a maioria são pessoas que foram levadas a tal prática, por forças semelhantes às que induzem um indivíduo à bebida, ao tabaco, ao uso de drogas, as jogatinas, ou a quaisquer vício humano.  Em outras palavras, pelas forças que operam a tentação e o pecado.  Esta asseveração está baseada na consideração Bíblica sobre o caráter pecaminoso de tais práticas e que resultam em condenação (1 Cor. 6:9,10).

Não existindo uma causa física ou psíquica aparente que estimule a conduta homossexual entre pessoas do sexo masculino, deve-se considerar que essa prática é devida ao cultivo de um hábito pernicioso.  Muitos jovens se tornam homossexuais inveterados, da mesma forma do que um bêbado ou um dependente de drogas;  levados unicamente pela atração inconsciente a novas aventuras que no final resulta na formação de um mal hábito.  A homossexualidade, vista com a lente bíblica,  é uma prática pecaminosa e deve ser evitada e tratada como qualquer ato dessa natureza.  Em certos casos a recuperação pode ser imediata mas, noutros pode criar-se uma esfera de pessimismo. A expressão Bíblica sugere manter confiança no poder sobrenatural por que outros que sofriam desses males, foram lavados, santificados, justificados, “em nome do Senhor Jesus Cristo” (1 Cor. 6:11).

O papel do líder da igreja, neste como em todos os demais casos em que lhe cabe enfrentar esse tipo de hábitos deve ser o de prevenir o mal.  O pastor da igreja sabe que sua função fundamental é a redenção dos que a ele lhe são confiados.  Será de bom empenho fazer referência aos males da sociedade moderna protegendo sua comunidade, da contaminação do mundo.  Não deve contar nesse serviço unicamente com suas habilidades e recursos individuais;  deve sim requerer de Deus a sabedoria e toda inspiração para vencer a contenda.

Ruben Aguilar PhD
Professor de Teologia
SALT – Sede Brasil

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